Existem muitas coisas na vida que mostram sua verdadeira face ou significado apenas quando visto de perto, muito perto. Talvez por isso, nos enganamos continuamente sobre as pessoas e fatos. Por só buscar as coisas tangíveis e “reais”, o material e o factível, é que nos prendemos a forma e permanecemos apenas observando a superfície e não aprofundamos os relacionamentos e não buscamos conhecimento das coisas verdadeiras. Uma conseqüência da falta de interesse em desnudar-se e conhecer é a crença comum que nos faz acreditar um pouco mais em nós e nas pessoas apenas porque VEMOS os outros se ajudando, contribuindo de vontade própria, mesmo que seja só um pouco. Tudo o que faz bem, ou traz uma sensação de bem estar é sumamente bom. Esta esperança*, este otimismo de ocasião é um entorpecente natural para a época em que vivemos.
Existe ainda uma quantidade de pessoas que não costumam mostrar-se totalmente porque preferem se auto-proteger com máscaras, especialmente, as máscaras das religiões. Mas diante das grandes catástrofes, ou quando algumas situações revelam o seu "eu" verdadeiro, acabam por ver que todas as pessoas são iguais. E que, quando relutam em se interessar pelos outros, é aí que devem perder as suas roupas e máscaras para notar que todos somos nada.
*Segundo o Dicionário Aulete digital, (es.pe.ran.ça), sf., 1. Expectativa otimista da realização daquilo que se almeja; 2. Fig. Aquilo ou aquele em que(m) se deposita uma expectativa; 3. Qualquer coisa que seja ilusória; 4. Rel. Juntamente com a fé e a caridade, a segunda das três virtudes básicas do cristão.